
Bom Galerinha, a partir de agora vou postar alguns trabalhos da facu aqui... Espero que gostem! ;)
A coleção se chamara No Quintal, por ser o local onde as crianças inventam suas brincadeiras e histórias, é um lugar sem limites para a fantasia, onde não existe medo apenas muita alegria e imaginação.
As referencias são: A música João e Maria de Chico Buarque, alguns desenhos da minha infância e ilustrações de Tim Burton.
As ilustrações de Tim Burton entram na coleção representando um “Surrealismo Pop”.
Está presente nas formas, na cartela de cores, com tons neutros ( branco cinza e marrom), cores claras e alguns pontos de contraste.
Dos meus desenhos peguei como referência as pernas alongadas e assimetria e lembranças.
O “roteiro” da viagem se dá pela musica onde o menino se torna herói, rei e brinquedo.
Referências
João e Maria – Chico Buarque
Composição: Chico Buarque e Sivuca.
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?
Nos primeiros versos o autor nós lembra o tempo em que éramos felizes e não sabíamos, onde os bons momentos presentes eram os que tinham graça e nos davam a dimensão e beleza da vida.
O uso do verbo ser, é exatamente como fazem as crianças quando estão brincando: “Eu era” mostra os vários personagens que existem dentro cada um, as múltiplos papeis que desde a infância nos acompanham: “Agora eu era o herói.. Agora eu era o rei.. Eu era o seu pião”.
Os versos recriam o clima infantil onde a fantasia das crianças é a verdade, pura, integra e sem maldade. Mostra sua sensibilidade e o quanto sua percepção estética está apurada, capaz de transformar tempo e espaço em um ambiente mágico cheio de efeitos surreais.
Na infância não existe o medo, não existe morte, enfrentamos qualquer vilão, “Eu enfrentava os batalhões Os alemães e seus canhões”, apoiamos e decretamos a lei a que seria a mais simples da vida, “E pela minha lei A gente era obrigado a ser feliz”.
Porém a partir do momento que saímos do quintal (da fantasia), percebemos que existe uma história, chamada vida, com poucas escolhas de roteiros e personagens. Onde o medo de errar fica presente em seus pensamentos e atitudes. A busca para desvendar futuro se tão importante que nos esquecemos do presente e deixamos a vida nós levar. “E agora eu era um louco a perguntar O que é que a vida vai fazer de mim?”
A coleção, No Quinta, se passa na imaginação de uma criança que está brincando em seu quintal, por essas brincadeiras vários personagens vão surgindo: A Princesa, o Rei, o Militar, o Juiz, o Cowboy, a Boneca de Pano e o Cantor de Matinês.